sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

NOVOS IDIOMAS - GRECIA ANTIGA




Outros dialetos do período clássico e helenístico

Nos períodos clássico e helenístico surgiram muitos dialetos, além do jônico, atestados em milhares de inscrições faladas em todo o mundo grego, que além da Grécia incluía a Ásia Menor, as costas do Mar Adriático, a Itália meridional, a Sicília, o Egito e partes do Oriente Médio.

Os dialetos mais importantes eram os seguintes:

a) Jônico – dialeto usado por Homero e Hesíodo (utilizam ainda elementos eólicos e micênicos);
b) Ático – língua do período clássico;
c) Dórico – língua de Esparta e caracterizado por certos arcaísmos, como a retenção da vogal a longa. Falado no Peloponeso, Corfu, Lesbos, costas de Épiro, Creta, nas ilhas meridionais e no litoral asiático meridionais desde Halicarnasso;
d) Eólico – língua falada na Tessália e em algumas ilhas, como Lesbos e usada pela poeta Safo. Uma curiosidade neste dialeto é a presença de /p/ em lugar do /t/ ático, em palavras como pisyres "quatro" do ático tessares;

Origem e cronologia


e) Língua macedônia antiga - ou língua falada de Macedônios na Macedônia

  • O dialeto mais antigo conhecido do grego é o micênico, que foi reconstruído a partir das tabuletas escritas em Linear B, feitas pela Civilização Micênica, que habitou a Grécia na Idade do Bronze Tardia, durante o fim do segundo milênio a.C.. A distribuição clássica dos dialetos originou-se das migrações ocorridas no início da Idade do Ferro - também conhecida como Idade Grega das Trevas, porque a escrita desapareceu até a adaptação do alfabeto fenício, alguns séculos mais tarde - após o colapso da Civilização Micênica. Alguns falantes do micênico foram deslocados para Chipre, enquanto outros permaneceram no interior, na Arcádia, dando origem ao dialeto arcado-cipriota. Este é o único dialeto com um precedente conhecido à Idade do Bronze; os outros dialetos seguramente tiveram formas anteriores às conhecidas, porém a sua relação com o micênico ainda está por ser estabelecida.
História da
língua grega

(ver também: alfabeto grego)
P46.jpg
Proto-grego

Micênico (c. 1600–1000 a.C.)

Grego antigo (c. 1000–330 a.C.)
Dialetos:
eólico, arcado-cipriota, ático-jônico,
dórico, lócrio, panfílio;
grego homérico.
possivelmente macedônio.


Koiné (c. 330 a.C.–330 d.C.)*

Grego medieval (330–1453)

Grego moderno (a partir de 1453)
Dialetos:
capadócio, cretense, cipriota,
demótico, griko, catarévussa,
ievânico, pôntico, tsacônio



*Datas (começando com o grego antigo) de Wallace, D. B. (1996). Greek Grammar Beyond the Basics: An Exegetical Syntax of the New Testament (Grand Rapids: Zondervan). p. 12. ISBN 0310218950.
  • O eólico dividia-se em três subdialetos: um, lésbio, falado na ilha de Lesbos e na costa ocidental da Ásia Menor, ao norte de Esmirna, enquanto os outros dois, o beócio e o tessálio, eram falados no nordeste da Grécia continental (na Beócia e na Tessália, respectivamente).
  • A invasão dórica espalhou o grego dórico de um local hipotético no noroeste da Grécia até a costa do Peloponeso, e o implementou em locais tão diversos quanto Esparta, Creta e o extremo sul da costa ocidental da Ásia Menor. O dórico tornou-se o padrão para a poesia lírica grega, de autores como Píndaro. Já o grego do noroeste, por vezes classificado como um dialeto independente, costuma ser visto como tendo relações estreitas com o dórico.
  • O macedônico antigo é tido por alguns estudiosos e autores como mais um dialeto grego, possivelmente relacionado ao dórico ou ao grego do noroeste; ainda existem questionamentos, no entanto, se o macedônio era um idioma separado, porém aparentado ao grego, ou até mesmo uma língua indo-europeia que deve suas possíveis semelhanças com o grego à posição geográfica da Macedônia.
  • O jônico era falado especialmente na costa oeste da Ásia Menor, inclusive em Esmirna e na área ao sul da cidade. A Ilíada e a Odisseia de Homero foram escritas no grego homérico (também conhecido como 'grego épico'), uma versão primitiva do grego oriental. Já o grego ático, um subdialeto (ou um dialeto-irmão) do jônico, foi por diversos séculos a língua de Atenas, no qual foram escritas sa grandes obras da filosofia e da dramaturgia que ajudaram a tornar célebre esta cidade. Devido a esta influência, o ático foi adotado na Macedônia pouco antes das conquistas de Alexandre, o Grande; com a difusão do Helenismo, o ático tornou-se o dialeto padrão, que acabou por evoluir e tornar-se o koiné.


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