segunda-feira, 15 de agosto de 2016

MÚSICA NA CHINA


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Quase três mil anos antes do nascimento de Cristo, numa época em que a música do homem europeu talvez não fosse mais do que o bater de ossos sobre troncos ocos, o povo da China já estava de posse da mais complexa e fascinante filosofia da música que hoje se conhece. De onde veio esse sistema fechado de misticismo musical, ou de que maneira se desenvolveu, não se sabe. Podemos dizer apenas que a tradição da música clássica chinesa é tão antiga que suas origens pertencem agora ao domínio da lenda, perdidas além das névoas que limitam a extensão do olhar do historiador moderno.

No sistema filosófico da China o número cinco era particularmente importante, de modo que não admira que a sua escala musical também tivesse sido pentatônica. Fenômenos de natureza amplamente diversa eram categorizados em divisões de cinco, de sorte que cada uma das cinco divisões estava associada a uma das cinco notas musicais. As notas dos governantes, estações, elementos, cores, direções e planetas vêm mostrados na Tabela 2. É impossível deixar de notar a importância fundamental aqui atribuída a kung. Simbolicamente, relacionava-se com o chefe do Estado, o elemento terra e o centro (de preferência a qualquer outra direção da bússola).*
* Uma relação central semelhante entre uma e as outras quatro foi reconhecida pelos gnósticos cristãos com respeito às cinco feridas do Cristo crucificado: quatro feridas tias mãos e nos pés, e uma quinta no torso, da qual emanou a pulsação do Verbo, exatamente como a quinta corda da citara chinesa emitiu o kung. Simbolismo semelhante relacionado com o número cinco se encontra nas diversas lendas e religiões de muitas regiões do globo.

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