O
primeiro experimento científico da matemática foi em uma arte, a
música. Pitágoras esticou uma corda e viu que ela produzia som. dividiu
esta mesma corda em duas e verificou outro som. A quarta parte e a
terceira parte desta corda também produzia sons. Cada uma destas partes
correspondia a uma nota musical. Manejando as frações matemáticas,
Pitágoras fez música.
A
palavra Monocórdio deriva do grego monochórdon (pelo latim monochordon)
e significa literalmente “um fio”. Um esquema simples de monocórdio
consiste apenas em uma corda sonora, presa em suas duas extremidades, e
um dispositivo móvel, que permite que se faça vibrar apenas uma fração
da corda, como ilustrado abaixo:
Afim de simplificar, vamos representar o Monocórdio basicamente com a seguinte ilustração:
Pitágoras percebeu então que o som produzido por esta corda esticada:
E pela sua metade:
Eram reconhecidos pelos nossos ouvidos como sendo o mesmo som, com a diferença de o som produzido pela corda inteira era mais grave e o produzido pela metade da corda era mais agudo.
Todavia, a fazer vibrar a terça parte da corda original, Pitágoras percebeu que um novo som havia surgido:
Quando tocados simultaneamente, na corda inteira e a na sua terça parte, estes sons produziam uma agradável combinação ao ouvido humano:
Dividindo sucessivamente esta corda na sua quarta parte, quinta, sexta e assim por diante, Pitágoras foi organizando matematicamente o espectro sonoro e encotrando as relações matemáticas entre cada som através das frações.
Da
mesma maneira que o som produzido por uma corda e o som produzido por
esta corda reduzida à sua terça parte produzem uma combinação agradável
aos nosso ouvidos:
O som pruduzido pela terça parte da terça parte também produzira uma combinação agradável ao ouvido humano:
Observe que matematicamente temos os seguintes valores para cada uma das três cordas anteriores:
E
foi provavelmente assim que há muitos séculos, na China, um indivíduo
criou uma escala de sons musicais a partir da sucessiva divisão de um
som original. Ele tomou uma corda, e ao vibrar a sua terça parte obteve o
som:
Ao dividir novamente e fazer vibrar a terça parte da terça parte, ele obteve o seguinte som:
E assim ele dividiu sucessivamente na terça parte até encontrar o sexto som:
Mas pela primeira vez nesta experiência um som não combinava com o som original:
Mas pela primeira vez nesta experiência um som não combinava com o som original:
Eles,
pelo contrário, eles se pareciam excessivamente, de forma que foi
ignorado, e foi criado uma escala com os 5 primeiros sons da
experiência, que eram diferentes mas que combinavam entre si, dando
origem à escala de sons conhecido hoje como escala pentatônica:
Na escala pentatônica, todos os sons combinam entre si. Como experiência, toque somente as teclas pretas de um piano.
A
escala pentatônica é a escala da música oriental. Todas os sons desta
escala têm uma relação matemática idêntica entre si, que é sempre a
terça parte do som respectivamente anterior.
Sobre
a origem propriamente da escala pentatônica, as opiniões são
contraditórias. Algumas afirmações indicam que, como exposto acima,
“foram os chineses os primeiros a examinar a relação entre quintas, e
assim estabelecer a escala Pentatônica (de cinco tons), sendo que os
documentos que comprovam esta descoberta datam de 3000 a.C. (Yehudi
Menuhin e Davis, 1990:29).
Porém,
contrariando esta primeira afirmação, Montanari afirma que uma das
civilizações mais antigas foi a dos sumérios, que ocupavam a Região sul
da mesopotâmia, na Ásia central, a cerca de 6000 anos. Sabe-se que
possuíam um método de leitura musical baseado em letras, e que se
utilizavam de instrumentos para acompanhar vozes em oitavas. Os costumes
musicais dos sumérios foram herdados pelos caldeus e assírios (outros
povos que habitavam a Mesopotâmia), e mais, podemos afirmar que a
principal característica musical desses povos da Mesopotâmia — em
particular dos assírios — era a escala pentatônica. (Montanari,
1988:08-09).
Voltando
ao experimento com o monocordio, e regulando sua corda para vibrar a
256 Hz (f0), equivalente à nota DÓ, ao vibrarmos a sua metade ela passa a
vibrar uma oitava acima, isto é, em 512 Hz (f1), mas mesmo assim ainda é
uma nota DÓ.
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